ANFIP acompanha sessão temática sobre Previdência no Senado

unnamed 3 reduzida

O vice-presidente de Assuntos Parlamentares da ANFIP, José Avelino da Silva Neto, e a presidente da Fundação ANFIP, Aurora Maria Miranda Borges, acompanharam nesta terça-feira (10/9) a sessão de debates temática, realizada no plenário do Senado Federal, destinada à discussão das PECs nº 6/2019 (reforma da Previdência) e 133/2019 (reforma da Previdência de estados, distrito federal e municípios).

A sessão, conduzida pelo senador Tasso Jereissati (PSDB/CE), recebeu seis oradores (três favoráveis à proposta e três contrários), dentre eles o professor de Economia da Unicamp Eduardo Fagnani. Também passaram pelo plenário o ex-banqueiro de investimentos e economista, Eduardo Moreira; o ex-ministro da Previdência Social Ricardo Berzoini; o secretário Especial de Trabalho e Previdência do Ministério da Economia, Rogério Marinho; o professor de Economia Paulo Tafner; e o professor de Economia da Universidade Católica do Rio de Janeiro José Márcio Camargo.

Fagnani iniciou sua intervenção numerando os brasileiros que vêm nos parlamentares a esperança de uma vida melhor. “Respeito o Parlamento porque vocês representam todos os brasileiros. Dentre esses brasileiros consigo ver a expressão do olhar de 12 milhões que estão desempregados, dos 5 milhões que estão desalentados, dos quase 14 milhões de trabalhadores que estão subutilizados ou subocupados, dos quase 40 milhões de brasileiros que trabalham na informalidade e dos 55 milhões que vivem abaixo da linha de pobreza”, enfatizou, ao reforçar que esse enorme contingente “já não contribui para a Previdência e, mesmo com as regras atuais, dificilmente terão proteção previdenciária na velhice”.

O professor, que coordenou o movimento Reforma Tributária Solidária, idealizado pela ANFIP e a Fenafisco (Fisco Estadual e Distrital), reforçou a imensa desigualdade social prevalente no Brasil. Estudo recente do economista Thomas Piketty mostra que o Brasil é hoje o país democrático que concentra a maior renda. “Aqui, 1% dos bilionários concentra a maior renda do mundo”, apresentou. Segundo Fagnani, uma reforma da Previdência não pode desconsiderar a dramática realidade do mercado de trabalho.  “O Brasil é um dos países de longo passado escravista que ainda não enfrentou sequer as desigualdades do século XIX”, disse.

Para o economista, ajustes são necessários, mas, para fazê-los, é preciso de um diagnóstico. E esse diagnóstico no Brasil, conforme explicou Fagnani, é intencionalmente errado.  “Parte-se de uma ideia errada de que temos um sistema previdenciário único, que temos um deficit único, que todo sistema está contaminado por privilégios, e isso não é verdade. Temos três grandes regimes previdenciários, cada um com suas regras próprias, com suas fontes de financiamento específicas, cada um regido por um capítulo da Constituição Federal”, ressaltou.

Fagnani ainda criticou o fato de o sistema já ter sido reformado por sete emendas constitucionais. “Nada foi reformado nos últimos 20 anos? Onde afinal está o problema? Notamos que o que precisa ser reformado, não está sendo. Estamos reformando o que já foi reformado, o regime geral e dos servidores civis”, destacou. Apesar das alterações feitas na Câmara e dos ajustes da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, o núcleo da reforma continua excludente. “Vamos ter um rebaixamento muito grande da renda dos aposentados e isso vai ter um impacto importante na economia”, finalizou.

A sessão na íntegra pode ser assistida diretamente no site do Senado, confira aqui.

48712943268 ef87a0e2eb z reduzida

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

unnamed 2 reduzida

As informações são da ANFIP.

Tags:

Anterior

Carreiras de Estado se preparam para barrar Reforma Administrativa

Diante das ameaças de retirada de direitos e do desmantelamento do serviço público através da Reforma Administrativa, que será apresentada pelo governo federal, as entidades debatem estratégias de atuação, junto ao F...

CDH fará audiência para tratar do quantitativo de Auditores na RFB

Em audiência pública no Senado Federal, o Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil e representante da ANFIP, Álvaro Sólon França, fez um alerta para o fato de que a RFB está com um quantitativo deficitário de Audito

Newsletter